segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Colecção/Biblioteca Cosmos


Colecção/Biblioteca Cosmos
[ Número 1 da Biblioteca Cosmos, 3ª edição, 1943 (a primeira edição é de Junho de 1941). O nome do autor é um pseudónimo do engenheiro soviético Ilya Marshak.]
Criada em época dominada pela Segunda Guerra Mundial, por iniciativa de Manuel Rodrigues de Oliveira, responsável pelas Edições Cosmos, a Biblioteca de que aqui se dá conta, dirigida por Bento de Jesus Caraça (1901-1948), pretende contribuir para a expansão da cultura científica em Portugal, tendo tido um papel muito dinâmico nesse campo. Inscreve-se numa matriz ideológica de feição dita progressista, com evidentes laivos de utopia, tal como decorre das palavras do seu director presentes no prefácio da primeira obra editada:
«Há, em suma, que dar ao homem uma visão optimista de si próprio; o homem desiludido e pessimista é um ser inerte, sujeito a tôdas as renúncias, a tôdas as derrotas - e derrotas só existem aquelas que se aceitam. Quando acima falamos num humanismo novo, entendemos como um dos seus constituintes essenciais êste elemento de valorização - que o homem, sentindo que a cultura é de todos, participe, por ela, no conjunto de valores colectivos que há-de levar à criação da Cidade Nova. A Biblioteca Cosmos pretende ser uma pequena pedra dêsse edifício luminoso que está por construir.»
A colecção, cujas capas de autoria de Carlos Botelho identificam cromaticamente cada domínio do saber, está dividida em sete secções: Ciências e Técnicas, Artes e Letras, Filosofia e Religião, Povos e Civilizações, Biografias, Epopeias Humanas e Problemas do Nosso Tempo. Publica-se entre 1941 e 1948, ano da morte do seu director, e no decurso deste tempo saiem 135 números (31 duplos) de 89 autores, na maioria dos quais portugueses. Entre estes destacam-se personalidades de elevado prestígio intelectual, como por exemplo Abel Salazar, Casais Monteiro, António Sérgio, Henrique de Barros, Irene Lisboa, Dias Amado, Luís de Freitas Branco, Rodrigues Lapa, Rui Luis Gomes, Rómulo de Carvalho. A tiragem total da colecção ter-se-á cifrado entre os 800 000 e o milhão de exemplares, de acordo com fontes distintas.
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[Para mais informação, vd. Biblioteca Cosmos. Um Projecto Cultural do Prof. Bento de Jesus Caraça, Lisboa, Fund. C. Gulbenkian, 2001 (com um estudo introdutório de J. Moreira Araújo e com os fac-símiles de alguns dos primeiros títulos)]

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Odisseus-comédia da condição humana

Odisseus-comédia da condição humana
Novo livro em breve nas livrarias, novo livro de Falcão Fonseca

Exórdio ou exposição inicial
Odisseus, herói da minha juventude, chegou ao meu conhecimento por intermédio do resumo da Odisseia devido a João de Barros. Com a Ilíada só tomei contacto vinte anos depois durante longo período de recuperação de grave problema de saúde.
A perseverança de carácter foi a lição inicial que a personagem criada por Homero me transmitiu. Dei-me conta de viver num país onde as dificuldades são abandonadas aos primeiros contratempos e a maior parte dos trabalhos feitos sobre o joelho.
Embaixadas como a de Odisseus a Tróia, destinadas a tentar solucionar pacificamente um conflito, arrastam-se para permitir a preparação para as guerras. Recordo sempre este provérbio siciliano tão do agrado de Frederico II da Prússia «não solicites o que podes obter pela força». As batalhas, pela vastidão das suas destruições, provocam desperdícios de toda a ordem, principalmente humanos.
O estratagema do cavalo levou a parte contrária a fazer-se ouvir pela voz de Virgílio «Timeo Danaos et dona ferentes ou tenho receio dos gregos, sobretudo quando trazem ofertas». Mostra a malícia e a coragem dos vencedores perante o desleixo dos vencidos. Face às armas (argumentum baculinum) ocorrem fugas desordenadas como a de Eneias (fugite partes adversas). Receiam os Aqueus porque estes, após a longa e paciente espera e inúmeras dificuldades, deixaram de pensar na expressão perdoai aos vencidos (parcere subjectus).
Alguns dos deuses do Olimpo protegiam os Troianos mas acabaram por os abandonar na hora da derrota. Talvez por esse afastamento tenha Heródoto afirmado os deuses levantam-nos para nos deixar cair.
As tribulações ou tormentos de vaga mundo evidenciam que um caminho, mesmo quando programado, escapa inevitavelmente ao desejo do caminhante, ainda que o preparem para enfrentar adversários e inimigos.
Para Odisseus são diversas e diferentes as várias peripécias ao longo de caminhos ávios ou de atalhos de emergência. O seu périplo é encarado como o percurso da condição humana e o seu itinerário mental (itinerarium mentis) como maravilhoso motor (mirabile motore) civilizacional. Supera-se para enfrentar o desconhecido: Ciclopes, Sereias, Cila e Caribdes e o amor das mulheres que por ele se apaixonam: Circe, Calipso, Nausicaa. Pretende sempre ir mais além, para lá dos conhecimentos do momento. Fora do maré nostrum. Dizia em 1506 o cosmógrafo Duarte Pacheco Pereira no Tratado dos novos lugares da Terra «a experiência é a mãe de todas as coisas».
Uma das maiores necessidades humanas é o conhecimento do futuro. Odisseus não escapa a esse interesse e, informado por Circe desce aos infernos a fim de consultar a sombra do adivinho Tirésias.
Nas deambulações de Odisseus há uma constante: a dor do regresso ao solo pátrio, ao convívio da família. No mundo em transformação qualquer deslocado ou emigrante sente essa nostalgia.
Morre em parte incerta porque outros poetas resolveram contribuir para a sua biografia. Devia ocorrer a todos os homens a recomendação de Horácio: solve senescentem ou desatrela a tempo o teu calo velho.
Tem os seus detractores, como todos os que se afastam da mediocridade. Está incluído no grupo daqueles de quem Bocage disse Em vão corvos da inveja à glória grasnam.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O que está a mudar na aula de língua?



O que está a mudar na aula de língua?

É este o titulo ( nº. 14 ) da próxima Revista Intercompreensão, revista de didáctica das línguas, editado em protocolo de edição entre as Edições Cosmos e a Escola Superior de Educação de Santarém (ESES).
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O lançamento desta obra de referência será no Seminário com o mesmo nome no próximo dia 26 de Setembro em Santarém.
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Presidente Fundador - Santana Castilho
Directora - Clara Ferrão Tavares
Directora Adjunta - Josette Fróis
Comissão Científica - Isabel Alarcão, Robert Bouchard, Edvige Costanzo, Robert Galisson, Carmen Guillen, Teresa Lino, Maria Emília Ricardo Marques, Helena Peralta, christian Puren e Fátima Sequeira.
Comissão redactorial - Teresa Cardoso Valente, Fátima Ferreira, Allyson Roberts, Patrícia Rodrigues e Madalena Teixeira
Edição electrónica - Helena Mascarenhas
Capa - José Manuel Basto Soares
Pedidos para edicoescosmos@gmail.com ou para a nossa distribuidora Sodilivros encomendas@sodilivros.pt

Carlos Arsénio




Ribatejo de campeões

O jornalista Carlos Arsénio, da equipa de Record – e que integrou a chefia de redacção do nosso jornal –, lança no próximo dia 15 de Setembro, no Governo Civil de Santarém, o seu livro “Ribatejo, Terra de Campeões”, das Edições Cosmos.
Profundo conhecedor do fenómeno desportivo, que acompanhou de perto ao longo de muitos anos – também como enviado-especial de Record na cobertura de eventos internacionais –, Carlos Arsénio presta, com esta obra, homenagem a todos os atletas que um dia partiram do Ribatejo a caminho da glória desportiva. A não perder.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Tânia Xavier em Sintra

Quinta-feira 11 de Outubro 2008 às 18 horas
Biblioteca Municipal de Sintra

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A aventura, o suspense, o romance, a ficção científica o inverosímil estarão nesse dia, em Sintra, neste magnifico romance de Tânia Xavier, que assim inicia a Colecção Fantástico, da nossa Editora. A apresentação será feita pelo escritor Domingos Lobo.
Esperamos por si!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Fernando Lopes-Graça


Esta obra editada em 1978, por Manuel Rodrigues de Oliveira, editor nessa data das Edições Cosmos, tem um trabalho conjunto na execução da capa com Romeu Pinto da Silva, era o primeiro número desta obra agora reeditada com a colaboração da Câmara Municipal de Tomar, a propósito do centenário de Lopes-Graça.
Obra fundamental "Um nevoeiro luminoso, pois a vida continua a sorrir-nos e a chamar-nos. Mas nós já não podemos abarcá-la em toda a sua complexidade, assumi-la em todos os seus riscos. E a pergunta volta, obsidiante: Acertámos? Errámos?"
À venda em toas as livrarias e em edicoescosmos@gmail.com e também em encomendas@sodilivros.pt

Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul que desobedeceu!


António Moncada e Aires Marques, autores do livro

Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul que desobedeceu!


"É um espanto, este Dr. Mendes. Na manhã do dia 17 de Junho de 1940 avisa-me:
- Rabi, sossegue, vou passar vistos a toda gente.
Nos dias 17, 18 e 19, ele e dois dos seus filhos mais velhos trabalham sem parar, nem sequer para almoçar ou jantar, exaustão. Passam milhares e milhares de vistos, os refugiados já organizados em filas. Os passaportes são colectivos, familiares. No meu constam oito nomes, o meu, o da minha mulher e os dos meus filhos. Assim acontecendo com quase todos, calculo que o Dr. Mendes, nesses três dias, tenha passado uns 30 mil vistos, dos quais 10 mil a judeus, pelo menos.
"
Em breve nas livrarias

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Livro Aspectos Sócio-culturais do Vinho

Luís Falcão Fonseca, apresenta-nos em breve o seu último livro, Livro Aspectos Sócio-culturais do Vinho que nos fala do papel importante do vinho na arte nomeadamente, arqueologia,literatura e artes plásticas

(...) A ideia de beleza presente na mente dos artistas plásticos transparece na imensidão de obras de arte sobre motivos ligados à vitivinicultura, muitos dos quais observados do ponto de vista profano ou religioso. A imaginação, principalmente de pintores, ceramistas e escultores, deixou testemunhos das concepções de vida de cada época histórica. (...)




Expulso ou não do paraíso o ser humano passa parte do seu tempo a procurar o que não possui e tanto desejava ter. O trabalho é árduo e a felicidade fugaz. Os momentos de alegria são escassos e breves numa lonjura de desilusões e frustrações.


A amargura cavalga impiedosamente ao nosso encontro. A condição humana é implacável e feroz na inconstância do dia a dia. Tudo varia, tudo se move, tudo muda, mas há quem deseja viver num mundo estático. Damos encontrões em nós próprios. Muitas das equimoses externas e internas procuram uma única panaceia: o vinho.
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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Livros Cosmos na montra

A nossa distribuidora SODILIVROS, presenteou-nos com uma montra na sua livraria do Chiado

Foto de Francisco Prestes

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

“A Cosmos no Património Cultural Português”.


Os anos trinta constituem um dos períodos mais conturbados do século XX. Em Portugal, é plebiscitada, em 1933, uma nova constituição que estabelece as bases da ditadura do Estado Novo. A Europa assiste ao triunfo do Nazismo, ao surgimento da frente Popular em França e em Espanha e à guerra civil espanhola que levará Franco ao poder.Será neste período que Manuel Rodrigues de Oliveira (1911-1996) vai fundar a editora Cosmos que se afirmará, desde logo, no panorama editorial português conseguindo, apesar das malhas da censura , fazer publicar textos e autores que abordavam, de modo acessível à maioria da população, os diversos sectores do conhecimento.Tarefa desde logo difícil se atendermos a que a política cultural do Estado Novo assentava no pressuposto de que o conhecimento sempre fora apanágio das elites e que assim deveria continuar a ser pois em nada servia à população em geral podendo mesmo, segundo autores da época, ser-lhe prejudicial. Portugal tinha então cerca de 75% por cento de analfabetos “ a parte mais linda, mais forte e mais saudável da alma portuguesa” escrevia, no Jornal “O Século” Virgínia de Castro e Almeida. Manuel Rodrigues de Oliveira não partilha desta opinião, fazendo parte de um grupo de intelectuais, cada vez mais vasto que defende a necessidade de educar e informar toda a população de forma a torná-la mais livre e mais próspera, numa oposição clara ao regime.Nesse grupo de intelectuais destaca-se a figura do matemático e professor Bento de Jesus Caraça (1901-1948) que, numa conferência proferida em 1931 e intitulada «As Universidades Populares e a Cultura» defendia “Eduquemos e cultivemos a consciência humana, acordemo-la quando estiver adormecida, demos a cada um a consciência completa de todos os seus direitos e de todos os seus deveres, da sua dignidade, da sua liberdade.Sejamos homens livres, dentro do mais belo e nobre conceito de liberdade o reconhecimento a todos do direito ao completo e amplo desenvolvimento das suas capacidades intelectuais, artísticas e materiais». Dois anos depois e em a ” A Cultura Integral do Indivíduo ” defende que o homem culto é aquele que «1.º - Tem consciência da sua posição no cosmos e, em particular, na sociedade a que pertence; 2.º - Tem consciência da sua personalidade e da dignidade que é inerente à existência como ser humano; 3.º - Faz do aperfeiçoamento do seu ser interior preocupação máxima e fim último da vida. » e acrescenta «A aquisição da cultura significa uma elevação constante, servida por um florescimento do que há de melhor no homem e por um desenvolvimento sempre crescente de todas as suas qualidades potenciais, consideradas do quádruplo ponto de vista físico, intelectual, moral e artístico; significa, numa palavra, a conquista da liberdade. E para atingir esse cume elevado, acessível a todo homem, como homem, e não apenas a uma classe ou grupo, não há sacrifício que não mereça fazer-se, não há canseira que deva evitar-se. A pureza que se respira no alto compensa bem fadiga da ladeira. ».Partilhando destas teses Manuel Rodrigues aborda Bento de Jesus Caraça, no final de mil novecentos e quarenta (a vinte e nove de Outubro) convidando-o para aceitar um lugar de direcção numa colecção de formação e divulgação popular que pretende editar. O professor aceita “em princípio”, e confirma o facto a um de Novembro. Seis dias depois á apresentado e aprovado o programa geral da colecção “Biblioteca Cosmos”, sendo o primeiro volume , intitulado “o Homem e o Livro” publicado em Maio de 1941. Nesse primeiro volume o director explica aos potenciais leitores os objectivos da colecção “dar ao maior número o máximo possível de cultura geral, tornar acessível a todos aquilo que as condições materiais de vida e as necessidades profissionais da especialização tornam sempre difícil, e por vezes mesmo impossível, adquirir uma visão geral do mundo, mundo físico e mundo social, da sua construção, da sua vida e dos seus problemas”. Tal objectivo , partilhado por todos os autores e cientistas prestigiados que, desde logo, aceitam colaborar num projecto deste nível, tinha como bases uma “determinada maneira de encarar a civilização, no seu estado presente e no seu desenvolvimento através dos tempos” de que resultava “o considerar-se ao cultura como não devendo ser monopólio de classe ou grupo, o julgar-se que o homem comum tem o direito (...) a que a cultura seja posta ao seu alcance.”.Subjacente a esta visão da vida estava a crença de que só a valorização cultural de todos permitiria a construção de uma “Cidade Nova” a construir depois de ultrapassadas todas as vicissitudes e convulsões que o mundo então atravessava. “Quando acabar a tarefa dos homens que descem das nuvens a despejar explosivos, começará outra tarefa- a dos homens que pacientemente, conscientemente, procurarão organizar-se de modo tal que não seja mais possível a obra destruidora daqueles. Então, com o estabelecimento de novas relações e novas estruturas, o homem achar-se-á no centro da sociedade numa posição diferente, com outros direitos, outras responsabilidades. É toda uma vida nova a construir, dominada por um humanismo novo.”, escreve Bento de Jesus concluindo “A Biblioteca Cosmos pretende ser uma pequena pedra desse edifício luminoso que está por construir”.A colecção, organizada por sete secções temáticas, irá manter-se até à morte do seu director ,em 1948 e é ainda hoje um marco na cultura portuguesa do século XX, quer pelo número de títulos publicados (114 distribuídos por 145 volumes) quer pela qualidade dos textos e dos autores (portugueses e estrangeiros) que nela participaram. Poetas como Mário Dionísio, matemáticos como o próprio Bento de Jesus Caraça que publica , em dois volumes a obra “ Conceitos Fundamentais da Matemática”, cientistas como Rómulo de Carvalho, musicólogos como Luís de Freitas Branco, escrevem propositadamente para a colecção procurando estimular o gosto pelo saber sobretudo nas camadas mais jovens.Simultaneamente, a editora consegue adquirir direitos de tradução de obras de referência dando a conhecer aos portugueses, através da publicação dessas obras, novas correntes do pensamento europeu e novas práticas sociais.A morte prematura de Bento de Jesus Caraças pôs fim à “Biblioteca Cosmos” mas não à editora que continuou a política editorial delineada aquando da sua criação, através da edição de novas colecções de entre as quais destacamos “Rumos do Mundo” e “A Marcha da Humanidade” que, na década de setenta, dão a conhecer as novas correntes historiográficas, publicando autores como Gordon Childe (“O Homem Faz-se a si Próprio”, George Duby, Lucien Febvre Fernand Braudel (“Civilização Material e Capitalismo”) a par de António de Oliveira Marques, Vitorino Magalhães Godinho e Joaquim Romero Magalhães.A partir dos finais da década de setenta, a editora, não perdendo de vista os objectivos que levaram à sua criação, aposta também numa política de cooperação com Universidades, Institutos Públicos e investigadores, abrindo espaço em várias colecções e revistas universitárias (8 em 1990) para a publicação de trabalhos de investigação (trabalhos de seminários, teses de mestrado e doutoramento, actas de congressos) com destaque para a área das chamadas Ciências Sociais (história, relações internacionais, política e defesa, arte e património, para só referir algumas). Para dirigir as várias colecções Manuel Rodrigues de Oliveira bem como aqueles que lhe sucederam à frente dos destinos da editora, souberam escolher coordenadores e directores de grande craveira intelectual, garantindo, desde logo a qualidade do que é publicado e mantendo o prestígio da Cosmos. Em 1998, aquando da comemoração do seu cinquentenário, a editora doa parte do espólio inicial ao Museu do Neo-Realismo (Vila Franca de Xira) para que este seja conservado , classificado e mostrado em condições apropriadas e estabelece como preocupações prioritárias“ a política da Leitura em Portugal, o uso imaginativo da Internet na difusão do livro e das iniciativas culturais, além da criação de alternativas nas relações culturais e comerciais com o Brasil”.

Tais preocupações apresentam-se como complementares à preocupação inicial de educar e informar e, no inicio deste novo século, continuam a nortear uma Cosmos que se quer renovada mas activa e participativa na sociedade contribuindo, como Bento de Jesus Caraça escrevia em 1941, para “a criação da Cidade Nova”